Pesquisar este blog

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

ATENÇÃO! EXTRA! EXTRA!

Recebi essa mensagem na caixa de comentário. Achei sensacional! Muito bem escrita e coerente, digna de ser compartilhada com meus leitores. Grande Aderbal. Acho que vou convidá-lo para assumir uma coluna semanal nesse Blog.

(Notícia quentinha – fumegante)


Aderbal da Silva – Parauapebas, Pará. 13.08.2013.


A Clean (empresa PRIVADA, responsável pela limpeza pública de Parauapebas) está em greve (greve, a Clean?). Isto mesmo, a Clean, não os trabalhadores da Clean; a Clean mesma.
Esta notícia me chegou através da Rádio Visão (sabe aquela rádio que você não precisa escutar? É só olhar – e cheirar -; até cego... sente).
Motivo da greve? É que desde o dia primeiro de janeiro de 2013 a prefeitura não paga por este precioso serviço prestado por esta prestimosa empresa (tadinha dela! – da empresa). Acontece que o poço secou; e não tendo como honrar os seus compromissos patronais com os nobres trabalhadores (coletores e transportadores da nossa sujeira) – quem trabalha precisa receber, porque tem contas a pagar -, a Clean deu férias coletivas, sem remuneração, é claro, e aí já sabe né? É sujeira prá todo lado (menos em frente à casa do precioso prefeito – magina!). Parauapebas virou, literalmente, “o lixão”.
Mas uma coisa boa (muito boa) a administração (Valmir-doido e Cia.) providenciou para nós: como agosto é mês de cachorro louco e, preocupado com a nossa saúde e segurança, o prefeito mandou recolher das vias públicas todos os vira-latas – aqueles bichinhos famintos e indefesos, abandonados pelos seus donos, que vagam pelas ruas em busca de um mata-fome e por isto rasgam a dentadas e patadas os sacos de lixo que encontram pelas calçadas à espera do caminhão que nunca chega. Boa, seu prefeito, saúde é o que interessa; e lugar de cão é no canil, ou então vai virar sabão – para limpar a sujeira, só do Palácio do Morro dos Ventos.
Mas, voltando à vaca fria, ou à lixeira gigante da prefeitura sem a Clean, a coisa está fedendo mesmo. Em todas as ruas - de ponta a ponta - os sacos de lixo, ainda intactos – para nossa sorte e azar dos cães -, se acumulam nas calçadas desde a semana passada (supostamente o período em que a pobre Clean resolveu radicalizar). Problema? Nenhum. Não tem cachorro prá rasgar Mesmo! A coisa fica feia mesmo, quer dizer, fedorenta, é no perímetro da Feira do Produtor e no Mercado do Peixe.
É comum, em dias de feira, uma grande multidão de pessoas circular pelo Mercado do Produtor e circunvizinhança em busca de alimentos frescos, saudáveis e mais baratos. Ultimamente o que se percebe é um esvaziamento deste espaço coletivo tão democrático. As pessoas não têm mais prazer em sair de casa cedinho para se misturar à multidão, ouvir e participar da muvuca gostosa da feira; encontrar amigos, conhecer pessoas, ouvir histórias engraçadas; fofocas, brigas e outras coisas boas que a feira nos proporciona. Aliás, nem os feirantes estão mais vindo trazer os seus produtos com o mesmo entusiasmo de antes. Crise econômica? Nadinha nadinha! É descaso mesmo. É falta de respeito das autoridades para com a população. É falta de caráter de um prefeito senil que teve a confiança da maioria absoluta da população e agora joga todo mundo nos sacos e latões de lixo que se esparramam pela cidade.
Se na Feira do Produtor não tem mais quase ninguém, imaginem no Mercado do Peixe e de Carnes! E o comércio ao redor? Os comerciantes estão perdendo fregueses porque, se não bastassem os ditos “pés inchados” que aumentam a cada dia - com jovens (homens e mulheres, daqui a pouco têm crianças também), bebendo cachaça, usando e vendendo drogas, incomodando e ameaçando passantes e comerciantes -, agora, com a greve da Clean, os containers, que comportam todo tipo de lixo, também não são recolhidos e a fedentina é insuportável (e os pés inchados, que já fizeram daquela área a sua moradia, fazem a festa! – cantam, gritam, batem lata e, de vez em quando, para quebrar a monotonia e espantar o tédio, porque pé inchado também fica entediado, um dá uma cutucada de peixeira no outro – só prá ver sangue). Os bravos comerciantes são obrigados a baixarem as portas dos seus estabelecimentos mais cedo do que o normal, para fugir da fedentina e evitar problemas com os pés inchados – afinal, eles, os pés inchados, são intocáveis, imexíveis, como disse um certo ministro colorido.
Lembro-me como se fosse ontem: um dia, alguns anos antes das eleições passadas, testemunhei uma cena digna de louvor, altamente humanitária. O velho Valmir, que à época não era tão velho, parou com o seu carrão bonito (lembram-se daquele carrão que ele usava – sem motorista e sem segurança particular?) em frente ao mercado que hoje é de peixe e de carnes; desceu, serviu marmitex (que a peãozada chama de bandeco) e suco para os poucos pés inchados que ali se encontravam; conversou um pouco e foi-se embora (acho que com a alma lavada pela caridade prestada). Logo depois (com certeza, mediante um telefonema seu) chegou um caminhão da Integral; levou, de bom grado, os pés inchados para um banho de rio. Eu vi até quando o caminhão retornou com os moços, agora limpinhos da silva, vestidos com camisas limpas (não novas) e calçados com sandálias de dedo. Gostei da cena, mas logo pensei: nesse mato tem coelho; este santo quer reza; esse cara está querendo aparecer de bonzinho para a sociedade. Não deu outra: o velho saiu candidato a deputado estadual e não é que o diabo quase que se elege? Anos mais tarde o povo o apelidou de “prefeito”. Pois é. Taí o prefeito da mudança que o povo tanto queria para Parauapebas. Taí as mãos que trabalham – fazendo cagada.
Com exceção do seu grupinho, que aliás se reduz a cada dia, nós - todos nós, o resto – não passamos de lixo – ensacado e enlatado.
Oh Deus, livrai-nos dos cães famintos! Que eles (coitados dos cães) virem sabão antes que nos mordam com os seus dentes afiados e nos comam com a sua fome voraz. AMÉM.
            Sei que o seu (o seu também) Valmir, homem tão ocupado, não vai se dar ao trabalho de ler estas besteiras (chega a ser uma heresia – como pode, falar mal de um homem que é quase um santo?!); mas quem sabe, o povo da imprensa, de preferência a televisão sensacionalista, não dê uma passadinha lá pela feira do produtor, nem que seja para compartilhar com o povo de lá o agradável odor daquele lugar! Repórter também sente cheiro. Ou não?

VIVA PARAUAPEBAS – VIVA! VIVA VALMIR DA INTEGRAL - VIVA! VIVA O POVO QUE O ELEGEU (e nós também) ...

7 comentários:

  1. Brilhante, Aderbal. Sem palavras para elogiar a sua obra! Mas como você mesmo diz, o malucão anda mesmo muito ocupado, cuidando de questões sentimentais. Não viu a cara de fellicidade dele ao lado da sua Glau-Glau Furacão? Então, o lixo, digo, o povo que se dane!!!
    Ah! Que imprensa? Tão nem aí.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo texto, Aderbal, gostei muito das ironias!

    ResponderExcluir
  3. Já está ficando conhecido por aqui heim Aderbal?
    Parabéns pelo texto.

    ResponderExcluir
  4. Luis, o que aconteceu com a nomeação do Wanterlor para chefe de gabinete? Eu cheguei a ver o decreto na mesa do prefeito. Agora parece que vai ser um tal de Ze de Fátima de Canaã. Confira aí.

    ResponderExcluir
  5. O Valmir ta perdido. Cada troca de secretario é um desastre. O pior é que cada um que sai leva uma bolada para ficar calado. Ah se arrependimento matasse.

    ResponderExcluir
  6. Rrepende não fi. Tu num gostou? Agora chupa!!!

    ResponderExcluir
  7. Ô Luiz, escuta esta: fiquei sabendo de fonte certa, gente de dentro, que o prefeito mandou bloquear o facebook porque os funcionários públicos estavam falando mal da administração. Bem, vindo de onde veio, pessoa de confiança, não posso duvidar. Agora, falar bem de quê? Elogiar o quê^? Nunca vi nem os seus o elogiando!!! Nem os puxa-saco!!! Tá doido é? Que besteira! E as lan-house, tão pôde? (não é assim que se diz?) E os modem? E a internet em casa? Velho besta, acha que é só através dos computadores da prefeitura que o funcionário público pde acessar a internetr e o face. Já pensou? Tô fora viu?

    ResponderExcluir