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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

FÓRUM MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO




ERA PARA SE CONFERIR




No dia 24.08.2013, aconteceu nas dependências do CEUP (Centro Universitário de Parauapebas), o I Fórum Municipal da Educação de Parauapebas.  


Era para ser uma Conferência, como manda o figurino. Primeiro, em função da CONAE (Conferência Nacional de Educação) que acontecerá em Brasília – fevereiro de 2014. Segundo, em função do Plano Municipal da Educação do Município que precisa ser revisado. Mas, devido às trapalhadas do prefeito, com sua ex-secretária, o tempo foi passando e os prazos se esgotaram. Finalmente, com a chegada da Juliana para a SEMED e, dizem, com as cutucadas do COMEPA (Conselho Municipal de Educação), a Coordenação do Fórum Estadual concedeu ao Município, a realização de um Fórum Municipal, com direito a apresentação de propostas e escolha de delegados para a Conferência Regional Carajás, que acontecerá em Marabá, nos dias 20 e 21 de setembro próximo.



VAMOS AOS FATOS.


            Tudo parecia muito bem organizado. Mesa para recepção de inscrições e credenciamentos, escolha do tema para os Grupos de Trabalho (GT), entrega de crachá, bloco para anotações, caneta para enfeitar os dedos e as orelhas... até folder teve. E o horário?


            É de praxe em eventos dessa natureza, acontecer um pequeno atraso; o brasileiro até já instituiu um tempo limite de tolerância de quinze minutos – até aí tudo bem. Então a programação estava assim, segundo o folder: 07h30 às 08h30 = inscrição e credenciamento; 08h30 = abertura. Ao depender do trabalho da mesa receptora, as oito e meia o auditório estava lotado, com mais de duzentas inscrições; todos servidos de água, chá de canela e cafezinho e apostos para começar. O Professor Roberto da UFPA, palestrante convidado para este evento, começava a se impacientar e suava feito um condenado em “galera”, apesar do frio que fazia no auditório. Enquanto esperava a chamada para o cerimonial de abertura, o público presente se deliciava com a Claudinha, no seu melhor dia, tocando e cantando o melhor da MPB. De vez em quando, um velhinho simpático, que mais tarde fiquei sabendo que é o Mestre de Cerimônia do Gabinete, interrompia a música para pedir paciência ao público, pois “estamos aguardando a chegada do prefeito”. O tempo ia passando, o Professor Roberto continuava suando e nada do prefeito – ainda bem que a Claudinha estava inspirada. Na última chamada do MC (Eme Ci, na linguagem dos fanqueiros - funkeiros) para falar sobre o prefeito, ele disse: “o prefeito já saiu de casa, mas está acontecendo uma cavalgada na cidade e ele deve estar preso em algum lugar”. Ora vejam. Isto já era prá lá de nove e meia... Por que o prefeito não levantou cedo como todo o povo que ali se encontrava desde as sete e meia? Mais tarde eu pude constatar que a tal da cavalgada era na verdade uma ‘cavalreata’ – uma espécie de mistura de cavalgada com carreata. Pronto, chegou a autoridade máxima. Vamos às formalidades: Composição da mesa – conforme a hierarquia do cerimonial: V Exª o Sr. Prefeito, Valmir Mariano; V Exª o Sr. Josineto Feitosa, Presidente da Câmara;  Srª Juliana Souza, Secretária de Educação; Sr. Rui Amorim, Sec. Adjunto de Educação; Srª Osvaldina Matos, Presidente do Conselho Municipal de Educação; Srª Tereza Cristina, Diretora Pedagógica – aplausos a cada anúncio. Início das falações: dez horas e cinco minutos – foi-se o lanche que estava marcado para as dez.



- Osvaladina: discurso de boas vindas – bem articulado, conforme o script;

- Juliana: valorização do empenho do COMEPA e da Comissão Organizadora do Fórum;

- Tereza Cristina: sem querer querendo – falou; esbanjou charme e simpatia;

- Josineto: quer voltar prá sala de aula (será? Quando?) –“A SEMED está regredindo com suas ações”. Discurso articulado e crítico;

- Prefeito: gentileza nos cumprimentos, parabéns ao Josineto pelas suas palavras, e, mea-culpa pelas suas... (entenda o que quiser) referindo-se à Ciza. Quer dar o passo maior que as pernas. Disse que “educação é um sacerdócio”. Disse também que vai eliminar os anexos até o final de 2013; e até o fim do seu mandato vai eliminar o turno intermediário (fim do mandato...). Quer implantar, em Parauapebas, a experiência (???) dos países asiáticos. Falou da sua vida de trabalhador e estudante universitário, de dar pena aos menos avisados. Por fim reconheceu que “o professor é quem ganha menos”, mas não disse como pretende melhorar o salário dos mesmos. Aplausos apenas por educação. Ao se desfazer a mesa do cerimonial de abertura, a Presidente do Conselho Osvaldina Matos fez a declaração de abertura oficial do Fórum, às 10h35. A leitura e aprovação do Regimento foi até as 11h30, seguida da palestra do Professor Roberto – muito técnica e sem objetividade – até as 12h10.



VAMU CUMÊ?

            Na programação, conforme o folder, o almoço - à base de quentinha, ou marmitex, como preferir – seria servido ao meio dia; mas como você pode acompanhar, a palestra terminou depois das doze e, com os encaminhamentos para a tarde, lá se vão doze e meia. O CEUP é um ótimo local para a realização desses eventos. Tem um bom auditório, sala de videoconferência, salas de aula para trabalhos de grupos, banheiros e espaço à vontade para circulação – dos que vão para passear; mas no que se refere a local para alimentação, é um Ó. Forma-se uma longa fila para um estreito corredor e aí é cada um por si e Deus nos acuda. Se ficar em fila é ruim, imagina ficar numa fila, debaixo do sol das treze horas, para apanhar uma quentinha! Mas isto foi só um detalhe; a equipe de logística para a alimentação repassou para o restaurante contratado um número de cento e oitenta refeições (digo isto porque ouvi da própria moça do restaurante que estava servindo os marmitex); ouvi antes no auditório o anúncio de que já havia ultrapassado o número de duzentos inscritos/credenciados. Bom para o restaurante, se esta diferença de pessoas tivesse-lhe sido repassada em tempo hábil. Depois dos cento e oitenta sortudos, foi aquele corre-corre. Entra na fila; sai da fila; chega quentinha; vai buscar mais quentinha; resultado: os Grupos de Trabalho que se formariam às 13h30, só começaram depois das 14h00, porque no horário previsto ainda tinha gente almoçando; sem falar nas reclamações (professor gosta de reclamar... nesse caso com toda razão).



GRUPO DE TRABALHO X PLENÁRIA FINAL


            Os Grupos de Trabalho, pressionados pelo tempo, foram até as 16h30; uma parada para um lanche – suco de caixinha com bolacha em pacotinho – e a plenária, reduzida em 25% dos participantes, começou às 17h30. Como de praxe, apresentação de um grupo, esclarecimento sobre as propostas, pedido de destaque, reconstrução do texto e votação. Salvo algumas polêmicas, em sua maioria as propostas foram aprovadas. Duas moções foram apresentadas, sem que ninguém desse atenção. E assim, juntando o cansaço com a vontade de encerrar, e sem que fosse preciso a Presidente do COMEPA bater o martelo, automaticamente o Fórum encerrou-se às 21h00. Mais quarenta minutos para a escolha e eleição de delegados para a Conferência Regional Carajás. Aí foi engraçado; é que nesse momento a plenária já estava reduzida a 75% dos participantes. Parauapebas tinha direito de eleger sessenta e três (63) delegados para a regional, inclusive com despesas pagas pelo Fórum Estadual (foi o que me informaram). Alguém muito sagaz contou o número de pessoas que estavam ainda por ali e confidenciou para outro, que me contou: “temos direito a 63 delegados; tirando os membros natos, restam trinta; então não vai ser preciso ninguém brigar por vaga, já somos todos delegados”. Não é prá rir?


            Comicidade à parte, não é de se negar que, numa administração desastrosa como está sendo esta do Valmir, a realização deste Fórum de Educação, a elaboração de propostas e a escolha de delegados foi um ato significante. Falhas acontecem sempre e em qualquer evento; o importante é tirar lições e não cometer os mesmos erros. Estão de parabéns o COMEPA, pela iniciativa, a SEMED, por entender a importância de não ficar de fora do debate (local, regional e nacional) e principalmente a comissão, que organizou e coordenou o Fórum. Vamos torcer para que os delegados, escolhidos e eleitos por suas categorias, nos representem bem na Conferência Regional Carajás em Marabá.



Parauapebas, Pará.

Agosto, 28.08.2013.
Correspondente do Blog


2 comentários:

  1. É! A coisa é mais pavorosa do que eu pensava. Estive lá no chamado "Fórum da Educação", mas o que pude ver foi somente enrolação, desorganização e muita desmotivação, um vamos fazer para cumprir a exigência da Lei. Sem falar nas asneiras falada pelo prefeito tipo: professor tem que ser treinado para trabalhar bem, o ofício do professor é pesado etc. Acredito que Valmir Mariano precisa se familiarizar mais com a linguagem acadêmica atualizada e parar de flutuar como se fosse bolhas de sabão quando se refere a acabar com os anexos e o turno intermediário das escolas.

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  2. Parabéns a Juliana pelo esforço na realização do fórum. Apesar da bagunça no início e no desestímulo que esvaziou a plenária, valeu o esforço. em um governo doido desse qualquer iniciativa positiva é bem vinda.

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