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domingo, 31 de julho de 2016

QUE VENHA AGOSTO!

Hoje (31) é o último dia de julho. Último dia de férias e início de uma nova jornada. Amanhã já é agosto, que segundo os supersticiosos é o mês do cachorro doido. Por falar em cachorro doido, inicia amanhã o primeiro dia do último período legislativo desse mandato. Ufa! Já era tempo. Está chegando ao fim o mandato da pior gestão legislativa que Parauapebas já conheceu. Nem os primeiros vereadores que não tinham a mínima noção dos seus papéis foram tão ruins assim. Tivemos de tudo nessa legislatura em Parauapebas: vereadores presos, afastados, contratos fraudulentos, a farra do queijo, mensalão, utilização do nome de Deus para justificar safadezas... Arre égua! O povo de Parauapebas não merecia tanto castigo assim. Quero deixar claro que não estou colocando todos no mesmo saco. Há ali uns dois que se aproveitam e pelo menos dois mereceriam uma segunda chance. 

Agradecimentos


Mas vamos em frente. Depois de merecidas férias, voltamos com tudo e com as baterias recarregadas. Agradeço aos inúmeros leitores que visitaram o nosso blog todos os dias, mesmo sem eu escrever quase nada. Mesmo que queira parar de escrever não conseguirei mais, pois inúmeras foram as cobranças de pessoas querendo saber o porque eu não estava atualizando o blog. Alguns chegaram até insinuar que eu tinha mudado de lado. Era só férias mesmo gente! Estamos preparados para o início de um mês muito difícil e para uma campanha política eleitoral da pesada. Recomendo aos "inimigos do rei" que atualizem seus dossiês, que evitem andar sozinhos e, se possível, use colete e capacete a prova de balas. Afinal, não devemos brincar com cachorro louco.

Que venha agosto e que Deus nos proteja!

A quem o senhor engana falando em ‘nova esquerda’? Carta aberta a Cristovam Buarque.

Por: 

Biografia no lixo
Esta é mais uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. O destinatário agora é Cristovam Buarque. No futuro, as cartas poderão ser reunidas num livro que recapitule o golpe de 2016.
Caro Cristovam:
Li outro dia o senhor falando numa “nova esquerda”. Senador: o senhor não tem vergonha de falar em “nova esquerda” quando se aliou ao que existe de mais putrefato na velha direita brasileira num golpe que destruiu 54 milhões de votos e, com eles, a democracia?
Como o senhor dorme, senador? A consciência não lhe pesa? Que mentiras o senhor conta a si mesmo para conviver com tamanha ignomínia?
Já tivemos tempo para verificar qual foi o real propósito do golpe. Os ricos são favorecidos e os pobres castigados. É assim que funciona, desde sempre, a plutocracia brasileira.
Por isso somos uma das sociedades mais desiguais e mais abjetas do mundo.
E o senhor está ao lado dessa calamidade. Contribuiu, com seu voto, para mais uma vitória da plutocracia que, no passado, matou GV e derrubou Jango.
Vou citar o nome de alguns de seus companheiros de jornada.
Eduardo Cunha. Bolsonaro. Malafaia. Todos aqueles deputados federais que viraram piada no mundo na sessão do impeachment. Janaína Paschoal.
Os irmãos Marinhos da Globo. A família Frias da Folha. Os Civitas da Abril.
Michel Temer. Renan Calheiros. Collor. Gilmar Mendes.
Todos os analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrata, vestiram a camisa da CBF e foram às ruas bradar pelo golpe. Os idiotas que bateram panelas, igualmente induzidos pela imprensa.
Os comentaristas e editores recrutados pelas empresas de mídia em seu jornalismo de guerra. Todos eles.
É uma amostra da escória à qual o senhor se juntou, senador.
Como homem da Educação, o senhor bem sabe o valor dos livros. Qual o papel que os livros lhe reservarão no futuro?
É uma pergunta fácil de responder. O de um fâmulo da plutocracia. O de um golpista.
O senhor atirou sua biografia no lixo. Seus descendentes serão obrigados a conviver com a infâmia de um antepassado que optou pelos privilegiados em detrimento dos miseráveis com argumentos cínicos.
E o senhor ainda ousa falar em “nova esquerda”. A quem o senhor engana, senador? Nem ao senhor, presumo. O senhor não é tão mentecapto para acreditar em tamanho disparate.
Sinceramente.
Paulo

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A resposta miserável de Moro à denúncia de Lula é uma cozinha

 Por Paulo Nogueira

Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena. Pelo menos não são mais os pedalinhos, você pode pensar.
A brutal irrelevância da pseudodescoberta da Lava Jato pode ser aferida quando você compara a uma informação que foi apurada pelo jornal britânico Guardian.
Segundo o Guardian, o filho de delator Sérgio Machado comprou no espaço de doze meses imóveis em Londres no valor de 90 milhões de reais. Você pode avaliar de onde veio o dinheiro.
A reforma da cozinha do já célebre sítio foi avaliada em cerca de 250 mil reais, sabe-se lá com que grau de precisão. Os imóveis do filho de Machado em 90 milhões.
Numa matemática que não mente, uma coisa é 360 vezes maior que a outra. Mas Moro, a Lava Jato e a mídia brasileira se concentram na migalha para artificialmente criar notícias contra Lula.
Já tinha sido ventilado que um filho de Sérgio Machado vive em Londres fazendo negócios. A pergunta básica: por que Moro não mandou gente investigar tais negócios?
Foi preciso que um jornal inglês fizesse um trabalho que caberia às autoridades brasileiras incumbidas de cuidar da Lava Jato?
Lembremos que a principal descoberta da Lava Jato também foi feita por gente de fora: as contas secretas na Suíça de Eduardo Cunha. A revelação das contas acabou com o maior foco de corrupção da política nacional, Eduardo Cunha.
Os 90 milhões ligados à família Machado não interessam a Moro, à Lava Jato e muito menos à mídia brasileira.
Sérgio Machado não interessa, na verdade. Porque ele não tem nada a ver com Lula. Em sua delação ele mexeu com caciques do PMDB e do PSDB. Então, não serve.
Machado citou propina para Temer. Disse textualmente: “Quem não conhece o esquema do Aécio?” Afirmou também: “Fui do PSDB por dez anos. Não sobra ninguém.”
Ou seja: ele disse tudo que Moro e a mídia não queriam ouvir.
Como era de imaginar, ele sumiu da mídia e da Lava Jato. Até que o Guardian o devolveu espetacularmente ao noticiário.
A resposta miserável de Moro aos imóveis de luxo comprados pelo filho de Machado em Londres com dinheiro sujo foi a cozinha do sítio de Atibaia.
É uma resposta que conta tudo sobre Moro e sobre a mídia brasileira.

terça-feira, 26 de julho de 2016

OPERAÇÃO FILISTEU - 14 MESES DE IMPUNIDADE

Hoje, (26/07) estamos completando 14 meses da "Operação Filisteu" que aconteceu no dia 26 de maio de 2015. Quando completou um ano, tivemos até bolo de aniversário e pizza em frente ao Fórum e ao Ministério Público. Entre os populares, ninguém mais acredita que alguma providência será tomada. Todos acham que aqui no Pará o dinheiro fala mais alto do que a justiça. Como cidadão, reluto e insisto em não acreditar nisso, mas parece que a voz do povo começa a fazer sentido.

Só os vereadores que denunciaram foram punidos


Coincidência ou não, os vereadores que mais denunciaram o esquema de corrupção existente e comprovado na prefeitura de Parauapebas, foram punidos severamente com prisão e perda do mandato. Provavelmente foram banidos da vida pública. Com exceção de Odilom, "Majó" da Mactrta e Devanir, os demais que foram presos e perderam o mandato, eram os que fizeram frente ao grupo de oposição. João do Feijão se arrependeu antes e pulou de volta para o barco do prefeito e conseguiu salvar sua pele. Bruno Soares e Pavão ficaram amedrontados e também resolveram abraçar o Valmir Mariano. Entenderam que é mais vantajoso e seguro ficar ao lado de quem eles chamaram com veemência de "corrupto".

Quem se atreverá a denunciar?


Com o desfecho do caso, com a demora da justiça e com a punição dos vereadores que denunciaram, os cidadãos de bem que antes denunciavam as falcatruas do prefeito ficaram amedrontados e pararam de denunciar. Isso fez com que a base do prefeito Valmir Mariano baixasse a guarda e voltasse a operar com toda segurança e tranquilidade.

Justiça tardia é prima-irmã da impunidade.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

PT - PARTIDO DOS TRABALHADORES REALIZA ENCONTRO MAS NÃO CONSEGUE QUÓRUM PARA DELIBERAR SOBRE ELEIÇÕES 2016


Aconteceu no dia 16 de julho o encontro municipal do Partido dos Trabalhadores de Parauapebas para deliberar sobre tática eleitoral para o pleito 2016. No entanto, o partido não conseguiu o quórum mínimo de 120 pessoas e o encontro se transformou apenas num fórum de lamentações.

Momento ruim

É lamentável a situação que o PT de Parauapebas se encontra atualmente. Um partido que já foi a grande referência combativa, o grande representante dos movimentos sociais, que construiu uma história bonita forjada na dedicação e garra dos seus militantes, que governou Parauapebas por oito anos, agora se encontra sem identidade e completamente desacreditado. 

Segundo um filiado que participou do encontro, foi deprimente ver a posição do vereador Miquinha. Completamente desnorteado, não apresentou nenhuma proposta de reconstrução do partido e nem sugeriu os rumos a serem tomados. Apenas se limitou a ofender os petistas que discordam de suas postura de apoio ao governo Valmir Mariano, chamando-os de "safados". Atacou também o que ele chama de "intelectuais do PT" numa clara demonstração de despreparo e desespero. Segundo essa mesma fonte, o presidente municipal Parazinho concentrou o seu discurso para falar sobre sua própria importância histórica para o partido.

Já o vereador Euzébio como sempre, falou, mas não disse nada. Os dois - Miquinha e Euzébio - são os responsáveis direto pela manutenção do Valmir no cargo de prefeito de Parauapebas, por isso, perderam completamente o rumo e a credibilidade.

O único discurso que chamou a atenção pela coerência e conteúdo - segundo alguns participantes - foi o da dona Carmelita Félix que falou que "o PT esqueceu suas bases e que a solução seria a reconstrução dessas bases".

Sem estratégia para 2016

Alguns militantes petistas comentam que a realização do encontro em pleno mês de férias foi uma estratégia da direção para não dar quórum. Assim, teriam um motivo para justificarem uma aliança escusa que estão construindo à base de muita negociata. Nem o presidente estadual do PT - Milton Zimmer - estava presente.

Os dois vereadores petistas comandados por Wanterlor Bandeira tentavam construir às escondidas uma aliança com o Valmir Mariano. Porém, o prefeito foi aconselhado por assessores a cair fora dessa estratégia e se afastar do PT. Ao serem solenemente ignorados pelo "Palácio Cinzento", a cúpula petista municipal agora corre atrás de outro candidato que banque suas pretensões. 

Política revanchista

Por pura ganância e tentativa de traição, o PT de Parauapebas perdeu o seu maior líder Darci Lermen, e junto com ele, vários filiados importantes bons de votos. Quando Darci descobriu um golpe em curso que visava derrubar sua candidatura a prefeito, resolveu se desfiliar e buscar um outro partido que viabilizasse sua candidatura a retorno ao Palácio dos ventos. Assim, filiou-se ao PMDB e vários militantes foram para outras siglas como REDE e PCdoB. Sem a sua "galinha dos ovos de ouro", parte da direção passou a atacar de forma revanchista o ex-prefeito e buscar outra alternativa para não perder de vez o pouco que restou.

Com o escanteio dado pelo decadente prefeito Valmir, o PT agora flerta com o DEM (antigo desafeto representado pelo senador Ronaldo Caiado que o PT acusava de ser inimigo dos camponeses), mas ainda tem a alternativa de lançar um candidato laranja bancado pelo velho prefeito. Essas estratégias, caso se confirmem, podem afastar de vez os filiados sérios que ainda resistem no partido. Lamentável a situação de um partido que já fez história em Parauapebas. 



sexta-feira, 22 de julho de 2016

HISTÓRIA DO ROCK

...Continuação.

Década de 1980


Atribui-se a esta década a popularização do rock brasileiro, movimento que surgiu para aproveitar a onda do estilo musical (rock) que já havia se consagrado mundialmente nos anos 70. Muitas bandas deste estilo, como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil. Outras bandas e artistas da época, como Engenheiros do Hawaii e Legião Urbana, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.

Na década de 1980, ocorreu a verdadeira "explosão" do rotulado "BRock". Isso se deve em parte à criação de casas de show, como Noites Cariocas e Circo Voador (Rio) e Aeroanta, Napalm e Madame Satã (São Paulo). As primeiras bandas a fazerem sucesso foram os irônicos Blitz ("Você não soube me amar").

As bandas mais cultuadas dos anos 80 formam um "quarteto sagrado". São elas: Os Paralamas do Sucesso, originários do Rio de Janeiro, haviam se conhecido antes em Brasília e começaram a tocar na garagem de um dos integrantes, Titãs, paulistas (mais tarde "suavizados"). Inicialmente, juntavam as estéticas da new wave e do reggae com a da MPB. De 1982 a 1984 a banda era formada por nove integrantes - além dos músicos que continuam no grupo, fizeram parte do conjunto: Ciro Pessoa (vocais), Arnaldo Antunes (vocais), Marcelo Fromer (guitarra) e Nando Reis (baixo/vocais), logo se tornando um octeto, numa formação que duraria até 1992, com a saída de Arnaldo. O baterista do grupo Ira!, André Jung, tocou seu instrumento no primeiro trabalho titânico, depois cedendo seu posto a Charles Gavin, os cariocas Barão Vermelho, surgidos em 82 e liderados por Cazuza. Com a saída dele (que teve carreira solo bem sucedida), o guitarrista Frejat assumiu os vocais, e a mais influente Legião Urbana, liderada por Renato Russo, surgida em 82, emplacando alguns sucessos como "Faroeste Caboclo", "Será" e "Eduardo e Mônica", que chegaram ao topo das rádios. A banda acabou com a morte de Renato Russo, em 1996. Os outros legionários que compunham a banda eram: Marcelo Bonfá (bateria) e Dado Villa-Lobos (Guitarra). Renato Rocha foi baixista da banda até 1988.

Tiveram outros grupos de grandes sucessos na época, como as bandas Sempre Livre, Gang 90 e as Absurdettes, Biquini Cavadão,Hanói Hanói, Hojerizah, Lobão e os Ronaldos, Metrô, Magazine, Grafitti, Ed Motta & Conexão Japeri, além de cantores(as) comoMarina Lima, Leo Jaime, Ritchie, Kid Vinil, Fausto Fawcett, entre outros.
Vários locais do Brasil tinham suas bandas surgindo no Rio de Janeiro, surgiram as bandas Kid Abelha, Heróis da Resistência e Leo Jaime, Uns e Outros e o fim da banda Vímana revelou Lulu Santos, Lobão (também ex-Blitz) e Ritchie. Em São Paulo, o Festival Punk de 81 revelou Inocentes, Cólera e Ratos de Porão. Além dessa cena, surgiram as principais bandas paulistas, como Ultraje a Rigor (no qual Edgard Scandurra tocou antes do Ira!), Ira!, Titãs, RPM, Zero, Metrô, e Kid Vinil (então vocalista da banda Magazine), sem se esquecer da cena independente muito bem representados pelo Fellini, Cabine C, Agentss, Smack, Voluntários da Pátria, Akira S e As Garotas Que Erraram, e Mercenárias. Em Brasília, o Aborto Elétrico (em que Renato Russo tocara) virou o Capital Inicial (que acabou se fixando em São Paulo), e a Plebe Rude teve o sucesso "Até Quando Esperar" e "Proteção". No Rio Grande do Sul, os "cabeças"Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós chegaram ao sucesso nacional. Também estouraram bandas gaúchas de rock como TNT,Taranatiriça, Cascavelletes, Os Replicantes, Os Eles, Bandaliera, Garotos da Rua, DeFalla. Na Bahia, chegou ao sucesso o Camisa de Vênus.

No heavy metal, originou-se em Minas Gerais a banda brasileira de maior sucesso internacional, o Sepultura, que toca o gênero extremo thrash metal, com letras em inglês. Outra banda a conseguir algum destaque no exterior (Japão) foi a paulista Viper, que também escrevia letras em inglês, e que ajudou a desenvolver um estilo que viria a ser chamado de metal melódico no Brasil. O Viper foi também responsável por revelar o vocalista Andre Matos, que participaria de duas grandes bandas brasileiras: Angra e Shaman.

Década de 1990


Dentre as novidades da década, está o surgimento da MTV Brasil, em 1990. O período ficou marcado pelo enorme crescimento da indústria do videoclipe no Brasil, além da emissora musical oferecer oportunidades de divulgação pra inúmeras bandas que estavam em início de carreira. Com isso, todos os grupos de destaque na época, tiveram seus clipes veiculados no canal.

Surgiram também festivais alternativos importantes para a divulgação do cenário independente, como o Abril pro Rock, em Recife e as grandes gravadoras voltaram a apostar em grupos novos, através de pequenos selos, como Chaos, pertencente à Sony Music e Banguela Records, criado pelos Titãs em parceria com o produtor Carlos Eduardo Miranda e distribuído pela Warner Music.

O primeiro grande grupo da década foram os mineiros Skank, que misturavam rock e reggae. Ao longo dos anos, outros grupos mineiros surgiriam, como Pato Fu, Jota Quest, Virna Lisi e Tianastacia.

Em Recife despontou o movimento Mangue beat. Liderados por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, as bandas misturavam percussão pernambucana com guitarras pesadas, conquistando a crítica.

Entre 1994 e 1995 surgiram dois grupos bem sucedidos pelo humor, os brasilienses Raimundos, com o ritmo forrocore (forró+hardcore) e os guarulhenses Mamonas Assassinas, parodiando do heavy metal ao sertanejo, que chegaram a fazer 3 shows por dia e venderam 1,5 milhão de cópias.

Alguns rappers tiveram ligação íntima com o rock, como Gabriel o Pensador, o Planet Hemp (que pedia a legalização da maconha) e o Pavilhão 9 (que falava de violência policial).
O Sepultura teve um crescimento de popularidade nos anos 90, culminando no álbum Roots, que fez da banda uma das principais do heavy metal mundial na época e lhes rendeu razoável exposição no mainstream. Pouco tempo depois, Max Cavalera, membro fundador e front man, saiu da banda, dando lugar a Derrick Green.

Seguindo o caminho do Sepultura, o Angra também gravou músicas em inglês, misturando power metal com ritmos tipicamente brasileiros. A banda alcançou sucesso na cena heavy metal brasileira e reconhecimento mundial, sendo muito bem recebidos na França e principalmente no Japão.
Outros destaques da década são O Rappa e Cidade Negra, representando a ligação do reggae com o rock, Charlie Brown Jr., com influências do skate punk e vocais rap, Cássia Eller, com um repertório de Cazuza, Renato Russo e Nando Reis, e Los Hermanos, que surgiram com Anna Júlia, canção pop que não combinava com a imagem intelectual da banda.

Outro fato da década é que todas as bandas do "quarteto sagrado" do rock da década de 1980 (exceto a Legião) tiveram de se reinventar para reconquistar o grande público. Os Paralamas, depois de uma fase experimental, voltaram às paradas com Vamo Batê Lata (1995), o Barão Vermelho, com o semi-eletrônico Puro Êxtase (1998) e os Titãs, com seu Acústico MTV (1997).

Depois de um tempinho, surgiram Wilson Sideral e Flávio Landau (ambos irmãos de Rogério Flausino vocalista do Jota Quest). Sideral emplacou nas rádios brasileiras sucessos como Não Pode Parar e Zero a Zero. Já Landau obteve maior reconhecimento na década seguinte.

O rock gaúcho continuou muito bem representado pela banda Cidadão Quem, pelos cantores Wander Wildner (ex-Replicantes) e Júpiter Maçã (ex-Cascavelletes), entre outros nomes de projeção local.

Também tiveram grupos de carreira mais curta, como Rumbora, Skuba, Virgulóides e O Surto, banda conhecida pelo hit A Cera. Outros alcançaram status de artistas cult, como Little Quail and The Mad Birds e Mulheres Q Dizem Sim.

A década também ficou marcada pela perda de Cazuza, em 1990 e Renato Russo seis anos depois, dois dos maiores ícones da história do rock brasileiro, além da morte de Chico Science, em 1997 e o trágico acidente de avião que vitimou o grupo Mamonas Assassinas um ano antes. (Continua...)

(Responsável pela pesquisa: Waldemir Oliveira - Blassed Boutique).


quarta-feira, 20 de julho de 2016

ISSO É ROCK IN ROLL!

Interrompo aqui minhas férias para fazer um registro de um evento realizado pelo Partage Shopping em comemoração ao dia do rock, no último domingo (17). Evento de altíssimo nível que lotou a Praça de alimentação do Partage Shopping e fez o público vibrar com muito entusiasmo. Enfim, tive o privilégio de ouvir música de verdade em plena noite de domingo. E ainda dizem que o povo de Parauapebas só gosta de sertanejo, brega e funk.

Surpreendeu-me a qualidade da banda Som de Bar. Ainda não a conhecia, mas tive o privilégio de curtir ao vivo uma rapaziada empolgada e afinada tocando puro rock in roll de todos os estilos. O jovem Danilo Botelho no comando do repertório fez o público cantar junto com a banda e fez bonito. Posso afirmar que a banda Som de Bar não fica devendo em nada para as bandas que já assisti pelos barzinhos desse brasilzão a fora. E olha que nesse campo sou viajado!

Aqui vai um resumo da história do Rock feito por um dos organizadores do evento, o empresário Waldemir Oliveira.

História do Rock


Década de 1950

O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme. Em uma semana a canção já estava no topo das paradas (mas Nora Ney nunca mais gravou nada no gênero, tirando a irônica "Cansei do Rock", em 1961). Em dezembro, a mesma canção recebia versão em português, "Ronda das Horas" (por Heleninha Ferreira) e outra gravada por um acordeonista, não tão bem sucedidas quanto a "original".

Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Pra Frente Brasil") e gravada por Cauby Peixoto.

O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou Cauby na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial.

Entre 57 e 58, diversos artistas gravaram versões de músicas americanas, como "Até Logo, Jacaré" ("See You Later, alligator"),"Meu Fingimento" ("The Great Pretender" dos The Platters) e "Bata Baby" (Long Tall Sally de Little Richard).

Embora em 57 o grupo Betinho & Seu Conjunto, de "Enrolando o Rock" (também gravada por Cauby Peixoto) tenha alcançado grande fama, os primeiros ídolos do rock nacional foram os irmãos Tony e Celly Campelo que, em 1958, lançaram o compacto Forgive Me/Handsome Boy, que vendeu 38 mil cópias. Tony gravaria mais dois singles até seu álbum em 1959, e Celly estourou em 1959 com "Estúpido Cupido" (120 mil cópias vendidas), chegando a ter boneca própria (com a qual aparece na capa de seu LP "Celly Campello, A Bonequinha Que Canta").

Os Campello também apresentariam Crush em Hi-Fi na Rede Record, programa totalmente voltado para a juventude, que revelou diversas bandas.Outros programas também surgiram para aproveitar a "febre" como Ritmos para a Juventude (Rádio Nacional-SP), Clube do Rock (Rádio Tupi -RJ) e Alô Brotos! (TV Tupi). Em 1960, surgira até a Revista do Rock. 

Década de 1960

O começo da década foi marcado pelo surgimento de grupos instrumentais como The Jet Blacks, The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis), e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos": a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".

Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.

Seguindo o sucesso do programa Jovem Guarda , surgem outros artistas, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo, Ronnie Von e Dick Danello, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo (rock and roll e rockabilly). A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles).

Apesar disso, os artistas da MPB "declararam guerra" ao iê-iê-iê da Jovem Guarda, chegando a um protesto de Elis Regina, Jair Rodrigues, entre outros, conhecido "Passeata contra as guitarras elétricas". O programa terminaria em 1968, com a saída de Roberto Carlos.

Então, surgiria a Tropicália. Em 1966, surgiram Os Mutantes: Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, com seu deboche e som inovador. Em 1967, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil faria as canções "Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque", apresentadas no III Festival da Rede Record. No ano seguinte, o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band fascinou a dupla, levando a apresentações vaiadas em festivais de Record e Excelsior, e ao álbum coletivo Tropicália ou Panis et Circensis, com Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, Torquato Neto, Capinan, Rogério Duprat e Nara Leão, considerado um dos melhores álbuns brasileiros da história.

Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.


Década de 1970

O endurecimento do Regime militar levou Caetano e Gil ao exílio em Londres, onde viveram de 1969 a 1972. Durante o período, gravaram dois discos considerados dos seus melhores, Transa (Caetano), e Expresso 2222 (Gil).
Após sair dos Mutantes no final de 1972, Rita Lee iniciou uma muito bem sucedida carreira solo, acompanhada do grupo Tutti Frutti. É nesse período, que ela lança o seu mais memorável álbum: o Fruto Proibido de (1975), disco este, que contém os sucessos "Agora só falta você", "Esse tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra". Arnaldo Baptista também gravou o aclamado Loki? (1974). Os Mutantes ainda atravessaram a década convertidos ao rock progressivo, passando por várias formações e dissolvendo-se em 1978.
Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima" ou "Prece Cósmica", apesar de alguns flertes menos poéticos e mais divertidos como "O Vira". Dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez.

Em 1973 surgiu outro ícone: Raul Seixas, que vendera 600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias e se tornaria "bardo doshippies" com músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza"esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e"Gita", e as motivacionais "Metamorfose Ambulante" ( que compunha aos 14 anos) e "Tente Outra Vez".

Movimentos surgiram em outros locais do Brasil: em Minas Gerais, o "Beatlesco" Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento eLô Borges; e no Nordeste, a "nova onda" dos Novos Baianos, além da chamada "Invasão Nordestina": artistas que misturaram o sertanejo ao rock, como FagnerZé Ramalho e Belchior.

Mesmo com o pouco espaço na mídia, várias bandas e estilos se destacavam no circuito underground da época, como o progressivo regional de O Terço (que chegou a gravar um álbum em inglês voltado para o mercado italiano), o hard rock do Made in Brazil, orock rural de Sá, Rodrix e Guarabyra e o hard progressivo do Casa das Máquinas.
No verão de 1975 foi organizado o pioneiro festival de rock no Brasil, o "Hollywood Rock", patrocinado pela companhia Souza Cruz, no Rio de Janeiro.Participaram os grupos VimanaO PesoRita Lee & Tutti Frutti, além dos cantores Erasmo CarlosCelly e Tony Campelo e Raul Seixas. As apresentações foram registradas no documentário Ritmo Alucinante, lançado no mesmo ano.
 
... (Continua)